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24 de Abril de 2024
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    Presidente da Comissão dos animais da OAB acredita no fim das charretes em Petrópolis.

    há 6 anos

    O Presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB do Estado do Rio de Janeiro, Reynaldo Velloso, disse nesta sexta-feira (03), em entrevista concedida a Rádio Nacional, estatal, do Sistema Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em entrevista simultânea para RJ, SP e BR, que o Plebiscito aprovado pela Câmara Municipal da Cidade de Petrópolis com relação à continuação ou não das Vitórias na Região Serrana, deve resultar no fim do transporte com utilização de cavalos: “Devemos acabar com o paradigma de que charrete é uma questão cultural e turística. Muito pelo contrário. Hoje em dia o respeito pelos animais avança de forma concreta em várias cidades, como Florença, Paris, Nova York e muitas outras. A sociedade vem demonstrando que não considera imprescindível este meio de transporte.”, disse Velloso.

    Dentre as várias ações, o presidente da CPDA/OAB-RJ, luta também pelo fim do transporte com utilização de animais de tração, a exemplo do ocorrido na Ilha de Paquetá (RJ). Na ocasião a Comissão dos Animais da OAB dialogou por quase dois anos com os proprietários de charretes da Ilha e conseguiu acabar de vez com este transporte.

    Tração animal e Vaquejada: similitude na inconstitucionalidade

    “Entendo, como a maioria da doutrina, que a vaquejada continua sendo inconstitucional, pois o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de terceira geração, não podendo ser abolido nem restringido, mesmo que por emenda constitucional. O art. 60, &4º, inciso IV da Constituição Federal é claríssimo a este respeito, e a mesma situação se aplica, adicionando a este entendimento o art. 225, inciso VII da CF, aos animais de tração, que igualmente sofrem no dia a dia, sob sol, chuva, sem horários determinados para alimentação, com as trelas atadas com argolas de ferro, com o freio-bridão atravessado na boca, com as chinchas que os prendem às hastes da charrete, dos antolhos que os impedem de observar o ambiente para poderem mover-se com segurança, com o chicote com o qual são açoitados para atenderem aos comandos, tudo é fonte de sofrimento para o animal”, disse Velloso.

    Segundo o advogado, os custos para a manutenção dos eqüinos são infinitamente superiores ao veículo elétrico, seja ele qual for. Na utilização de animais, estes profissionais precisam prestar contas à fiscalização com vacinas, tratamentos, alimentação adequada, verificação de maus-tratos, acompanhamentos constantes e trocas quando o animal está sem condições de continuar. Nos veículos elétricos poderiam ganhar o dobro do que ganham atualmente.

    Em 27 de fevereiro último, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Desembargador Carlos Eduardo da Fonseca Passos, designou a data de 7 de outubro de 2018 para o acontecimento da consulta popular em Petrópolis.

    Entenda o caso:

    O presidente e membros da Comissão da OAB, estiveram por meses negociando a implementação de charretes elétricas com representantes da Câmara de Vereadores, com os charreteiros e representantes do setor turístico da cidade. Na última reunião, em 2017, ficou combinada a possibilidade dos testes com charretes elétricas na Cidade. O legislativo serrano, no entanto, optou pelo plebiscito em dezembro de 2017 para que os moradores decidam se querem continuar ou não com a tração animal na cidade, o que foi autorizado neste mês de fevereiro pelo TRE. No entanto os profissionais das charretes querem o cumprimento do acordo da instalação de charretes elétricas, de acordo com o Jornal Tribuna de Petrópolis: http://tribunadepetropolis.com.br/charreteiros-reivindicam-cumprimento-de-acordo

    Argumentos e viabilidade

    Além do ativismo local se manifestar contrário à utilização destes meios de transportes, a OAB argumenta que as condições ambientais e os maus-tratos não podem continuar, que o turismo pode ampliar seus pacotes turísticos e que os profissionais poderão ganhar muito mais se utilizarem veículos elétricos.

    O diálogo ocorreu em 2016 e o G1 – Região Serrana registrou: http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2016/05/câmara-de-petropolis-rj-debate-troca-de-charretes-por-carros-eletricos.html

    Encontro fraternal avançou na substituição

    O Jornal Digital Voz da Mosela, registrou o encontro fraternal entre charreteiros e ativistas, intermediado por Reynaldo Velloso que inclusive fez uma ampla explanação sobre as alternativas de deslocamento turístico, apresentando através de slides, vários modelos já utilizados em outros países, assim como o utilizado na Ilha de Paquetá. Além disso, explicou as variadas fases do processo de mudança esclarecendo muitas dúvidas e afirmando o ganho local para o turismo e também para os profissionais das charretes.

    Segundo o setor turístico as charretes com os cavalos só transitam no Centro histórico, mas as elétricas podem ir até os diferentes hotéis e promover inúmeras opções e pacotes turísticos: http://vozdamoselaonline.blogspot.com.br/2016/06/comissao-especial-inicia-debates-sobre.html

    Os testes com as charretes elétricas foram acertados e a ANDA - Agência Nacional de Direitos dos Animais, considerado o maior portal do mundo em divulgação de assuntos animais, registrou:

    https://www.anda.jor.br/2016/06/petropolis-rj-vai-testar-charretes-eletricaseda-um-passo-para-libe...

    O site da Ordem dos Advogados do Brasil, editou matéria a respeito:

    http://www.oabrj.org.br/noticia/99928-substituicao-de-charretes-por-carros-eletricos-avanca-em-petropolis

    Agora será tudo uma questão de informação e convencimento.

    Por um lado estarão aqueles que defendem que os animais não sejam submetidos a práticas que os fazem sofrer. Do outro, aqueles que defendem que a charrete faz parte da tradição da cidade.

    A decisão final ocorrerá em 7 de outubro, juntamente com as eleições gerais.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/presidente-da-comissao-dos-animais-da-oab-acredita-no-fim-das-charretes-em-petropolis/551827897

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    3 Comentários

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    Estamos no ano de 2018 DC! É ridículo que ainda o ser dito humano escravize outros seres, pensando-se ainda o "rei da selva". É muita selvageria! Quantos mais animais, quantos mais cavalos passarão pela pena de existirem e pior, cairem nas "graças" do bicho homem, para assim terem a sua sina e a sua vida marcadas pela dor e sofrimento para sempre?! Coragem, amigos do Amor e da Verdade! Lembremo-nos e lembremos aos nossos "semelhantes" de que o que fazemos a todas e quaisquer criaturas é a Deus, ao universo e a nós mesmos que fazemos... Assim, os exploradores de animais entenderão o porquê de serem tão sofridos e miseráveis. A lei do universo é a do retorno! Tudo que se faz, recebe-se de volta, o que se planta, colhe! Vamos plantar respeito, amor, carinho e vida? Imaginem tudo o que teremos de volta?!
    Mangas arregaçadas! A libertação há de estar próxima, lindos e bravos amigos! Abaixo à mentalidade escravocrata humana! continuar lendo

    Parabéns pela vitória em Paqueta e pela negociação em Petropolis. Com ajuda e orientações acredito que seja possível acabar com essa prática antiga, desnecessária, injusta e cruel com os animais. Acho vergonhoso isso ainda existir em cidades do Brasil. Quando viajo e vejo essa exploração não tenho vontade de retornar, e sempre procuro os responsáveis para conversar e explicar que não é justo. Também converso com a população local e geralmente também são contra. A questão realmente é envolver as autoridades e mostrar a ética envolvida e que é necessário dar passos juntos para todos evoluirem. Tenho muita pena também dos cavalos em Paraty - RJ, e em Poços de Caldas - SP. Tomara que em breve todas essas explorações acabem e possamos visitar estas lindas cidades com as energias renovadas pela boa vontade e compaixão pelos animais. Com certeza tudo ficará mais colorido e bonito. continuar lendo

    Sou colunista do jornal Diário de Petrópolis sobre a senciência e direitos dos animais e meu artigo do próximo domingo e segunda-feira é exatamente sobre o alusivo assunto. Tem razão o Reynaldo Velloso, pois é inaceitável que se continue com um atavismo cultural desnecessário e prejudicial aos equinos.
    Gilberto Pinheiro/jornalista, palestrante
    em escolas e universidades sobre a senciência
    e direitos dos animais continuar lendo